terça-feira, 20 de novembro de 2012

Assistindo Documentários

Esses últimos quatro dias me entreguei a assistir documentários. Não qualquer forma de documentário, mas séries documentais. No Brasil a crítica os desconsidera, talvez por não ser um estilo a que os melhores realizadores brasileiros se dedicaram, mas também, suspeito eu, por estar intimamente ligado à televisão. Bem, já produzi para televisão antes e estou louco para voltar a fazer, na verdade é algo em que estou realmente empenhado no momento e daí a decisão em assistir série de docs.

Cabe aqui uma explicação, sou produtor independente, não trabalho ligado a um canal de TV, a uma empresa, meu trabalho reside em oferecer material, algo que o canal ache interessante, tenha o perfil de seu público e queira veicular, às vezes comprando, às vezes como sócio, então não tenho um chefe, não bato cartão, cumpro um acordo, um contrato para a entrega de uma determinada obra.

O prazer em se fazer televisão, para um profissional como eu, reside no enorme número de horas com que se trabalha e na velocidade com que se tem de fazê-lo. Pode parecer louco alguém dizer que é melhor porque se trabalha mais, com menos tempo, mas quando se faz um filme, aquilo te prende, é meio como um casamento, ou um filho, digamos que produzir para televisão é como um romance de verão. Bem, talvez eu esteja sendo poético demais. O caso é que se produz muitas horas de material dentro de um tempo menor e as decisões criativas tem que ser tomadas mais rápidas, o que não significa pior qualidade criativa. Nesse caso, a melhor comparação que posso fazer é como se jogasse xadrez com timer. É mais atenção, mais adrenalina.

Voltando às series de TV, resolvi pesquisar quais séries de documentários são conhecidas como as melhores produzidas e tentei assisti-las, ver o formato, as qualidades e defeitos. Selecionei três séries:

·         Civilisation: A Personal View by Kenneth Clark
·         The Undersea World of Jacques Cousteau
·         The Civil War, a film by Ken Burns.

Uma série de apreciação a arte, outra voltada ao mundo natural, que as pessoas com mais de trinta anos devem se lembrar bem, e uma histórica. A essas juntei uma mais recente, que não está listada entre as melhores já feitas, mas que tenho assistido também com prazer:

·         The Story of India.

Vou comentar sobre cada série em uma postagem individual, mas claro, algo bem visível em todas elas, assim como em todas as séries para televisão, é o peso maior no conteúdo do que na forma. Não acho que isso desmerece as obras por si mesmas, mas a ideia aqui é analisar a forma com o conteúdo e a abordagem deste.

Nenhum comentário:

Postar um comentário